quarta-feira, 26 de setembro de 2012

DÚVIDA SOBRE O CRIADOR

Creio que, esta questão sobre a existência ou não de Deus, suscita exagerada dose de paixão dos defensores de ambas as possibilidades. Mesmo aqueles que se dizem ateus defendem, de certa forma, uma espécie de crença. Afinal, provas racionais, por mais bem elaboradas que sejam a favor ou contra a existência de um Criador, não passam de construções mentais promovidas pelo sentimento das pessoas. A verdade é que acreditar ou não em Deus é uma decisão emocional. A partir daí, o homem procura justificar sua escolha. Até mesmo sob o risco de nos tornarmos verborrágicos, dada à importância de, simplesmente, estarmos certos nesta questão, criamos cuidadosas observações e teorias, a fim de nos convencermos da sensatez de nossa opção. Outro fator muito interessante é o de que, mesmo de forma inconsciente, associamos a idéia de Deus com a idéia de religião. Talvez porque a história nos faça acreditar que a existência de um Ser Superpoderoso responsável pela criação de tudo que existe é indissociável de uma expressão religiosa. Entretanto, a religião é - no meu modo de ver – apenas uma forma institucionalizada de se relacionar com o Divino (ou de se apossar dEle), sustentada por interesses específicos e pela própria falta de coragem dos indivíduos se responsabilizarem por suas escolhas, seguindo com o “rebanho” para o desconhecido que os aguarda após a morte. Então, partindo do pressuposto, de que Deus e religião são conceitos diferentes, poderíamos dizer que, por exemplo, citar a teoria da evolução de Darwin passa a ser um argumento específico contra a religião judaico-cristã, mas não necessariamente contra Deus. Afinal, se Ele existir, de fato, bem poderia estar usando o mecanismo da evolução para fazer as coisas funcionarem. Assim, devemos nos ater que, o fator emocional antecede o racional, quando lidamos com a importante pergunta: “DEUS EXISTE?”. Consciente ou inconscientemente, escolhemos a resposta antes mesmo de poder “prová-la” e, em seguida, procuramos os argumentos que nos favoreçam. Há ainda uma terceira opção: o agnosticismo, que não nega a existência de Deus, mas que afirma ser impossível conhecê-Lo, ou conhecer a origem do universo. Neste caso, os agnósticos ficam em cima do muro, à espera de provas que os convençam de uma coisa ou outra. Finalmente, face ao que já foi dito até aqui, deixo-os com uma frase que não é de minha autoria, mas que se aplica ironicamente ao tema proposto:
Na dúvida, fique na dúvida. É melhor ter certeza de sua dúvida, do que duvidar de sua convicção.

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